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Histórico

GRUPO DE TEATRO RIA, criado em 1993 e desde 1997 ocupou o Teatro Lucas Pardo Filho, sempre com a direção de Jose Paulo Rosa que desde 1963, aos oito anos, frequentava os bastidores do teatro acompanhando sua irmã Carmem Rosa que dividia os palcos com o então iniciante Walmor Chagas, Ivo Bender entre outros. Em 1970 com 15 anos ingressa no grupo de Vitor Hugo Recond e depois de três espetáculos é convidado para participar de sua primeira peça profissional “Cordélia Brasil” (1972) de Antônio Bivar, justamente num período complicado no Brasil sob o regime Militar o espetáculo foi censurado, mesmo assim continuou sendo apresentado em espaços alternativos e José Paulo ganha o prêmio de ator revelação com 17 e 4 anos depois vem para São Paulo. Desenvolve vários projetos, faz vários cursos, e em 1984 funda “AVESSO” o grupo com “Samuca” o Manoel Vieira e fica em cartaz por três anos com Auto da Compadecida, e na sequencia monta “Depois do Último Trem” com todo o idealismo que ainda peculiar a um país cuja formação não se consumou. E foi nesse espírito que liderado por José Paulo Rosa começou a reunir-se e dar as bases do que seria o GRUPO DE TEATRO RIA.
Os integrantes do grupo, no início, e, talvez mais ainda o diretor José Paulo Rosa, trouxeram consigo, para o projeto, uma bagagem pesada, com imagens, textos, canções e uma tremenda ânsia de realização, herança de anos duros no país e da vontade de fazer – e é impressionante como, no nosso país, fazer parece com resistir. E resistir é fazer teatro cultural/educativo 14 anos, sem verbas públicas ou privadas, é resistir a uma educação falida.



PRIMEIRA FASE -1994
(O épico medieval e o primeiro sinal de resistência)
O primeiro espetáculo, FRANCISCO DEPOIS DO OUTONO, no fundo, era um grande épico, blindado com força e idealismo de 12 atores. Era como se o grupo, recém-nascido, já soubesse das agruras que enfrentaria, e do que seria a sua marca idiossincrática nos anos que se seguiriam. Assim, trouxeram um Francisco revolucionário, histórico e que poderia ter mudado a cara da igreja católica medieval.
Sofridos os primeiros momentos com um teatro que não queria fundar nenhuma nova estética, mas somente participar do cenário cultural brasileiro, o grupo ria fundava, assim, os seus alicerces.

A SEGUNDA FASE - 1995
(O realismo e o romantismo)

O projeto-escola veio primeiro com Machado de Assis em Dom Casmurro que causou um grande efeito no espírito do grupo, a partir dele o líder do grupo, Zé Paulo, percebeu que os alunos do ensino médio, às portas dos vestibulares, precisavam muito mais que apenas boas aulas literárias, resumos ou empenho dos professores. E assim, trouxe o realismo literário para o palco, através do grande mestre Machado de Assis. Ainda assim, apenas o romance transformado em espetáculo teatral, não era suficiente para promover um maior entendimento do mundo machadiano-realista, era imprescindível promover a discussão com os alunos. Então, vieram os debates realizados no final dos espetáculos. E Zé Paulo descobriu que o debate poderia funcionar como um elemento forte e se dedicou a pesquisas profundas.
Se o épico era importante, para se entender a cultura brasileira, não era tudo, mas apenas o princípio.
Assim, os brados de um Francesco di Bernardone, rasgando as veias da idade-média, cederam lugar ao universo psicológico realista, no coração de um Bento Santiago erótico-narcisista, em meio as mudanças socioculturais e políticas do século XIX.
Mas entender o realismo brasileiro e, principalmente, o realismo-machadiano implicava entender o que havia vindo antes. Entraram então numa terceira fase

A TERCEIRA FASE - 1995
(Manuel Antônio de Almeida e a fase de transição)

Quando Memórias de um Sargento de Milícias foi montado, o interesse principal era, sem tecer grandes teorias intelectualizadas, entender o trânsito entre um movimento e outro. Afinal, a obra romântica de Manuel Antônio de Almeida já aponta, com uma ironia peculiar e traços de uma crítica social embrionária, algumas características do realismo.
Ambos foram um sucesso. Mas ainda era pouco.
Pensar em que, agora? A sede e a vontade de fazer eram muito maiores que um conformismo pretensioso de se manter apenas com os dois espetáculos.



QUARTA FASE - 1997
(o retorno ao realismo machadiano)


QUINCAS BORBA. -1997
Ah! Quincas Borba. “Ao vencedor as batatas”. “Ao vencido ódio e compaixão”. Que primor de texto, que transe no interior do ser humano. O professor Rubião fica louco, mas uma loucura apaixonada, engolida pela cidade grande, pelas mulheres bonitas, pela presença do cachorro Quincas, que trazia as lembranças da fortuna adquirida fácil, como a deixada por Quincas Borba ao professor. Vê-se em Quincas o rico, o pobre, a loucura e a insegurança; o ser humano em sua plenitude, de incertezas. Que espetáculo grandioso! Piano, música ao vivo e interpretações inesquecíveis.
E em nossa humilde visão, o humanitista ilustre era nada menos que o próprio Machado, absorvendo e registrando todos os “ismos” histórico-filosóficos, também de maneira irônica e crítica. Como um grande observador.


QUARTA FASE - 1997


O Alienista – 1999

Claro! O Alienista não poderia faltar. Uma versão mais atenta e quase circense, com uma bateria marcando ao vivo o espetáculo, através de um narrador/matraqueiro, o primeiro conto do realismo machadiano, pois os três romances da fase realistam já estavam esclarecidos. Três anos em cartaz.



QUINTA FASE - 2001
(o romantismo)

Para entender a falta do épico de Machado, Jose Paulo mergulhou num autor romântico. José de Alencar. Resolveu de uma forma aventureira trazer para o palco, dúvidas de novo, como ele conseguirá trazer florestas, índios, Dom’s para o palco. Duvidas nenhuma mais, com 16 atores, um cenário grandioso e 6 meses de estudos vem O GUARANI, ainda como forma de entender o épico que já estava presente lá no início com o Francisco.
José Paulo Rosa trouxe um Peri forte, impávido, um cenário grandioso, como o melhor do épico literário brasileiro.



SEXTA FASE - 2003
(O Bruxo no Espelho)

Paixão pelo realismo, encantamento e prazer em fazer Machado... O grupo ria não poderia limitar-se apenas a esse quinhão real, vasto e poderoso. Do teatro de autoria própria, nasceu a pretensão de encenar um Machado em seus últimos momentos de vida, e, com toda a liberdade colocá-lo frente a frente com seus personagens mais marcantes. Nascia assim O BRUXO NO ESPELHO, que, do texto original, concebido por Ailson Leite, para um solo, verteu-se num jogo com quatro atores. Era a própria declaração de amor ao mulato ilustre do Morro do Livramento. Esse espetáculo estreou no Memorial da América Latina em 2005 para 800 espectadores.




SÉTIMA FASE - 2004
(o naturalismo)

O naturalismo vem com O CORTIÇO, adaptado por José Paulo Rosa, apaixonadamente dirigido por Ailson Leite e literalmente construído pelo ator-cenógrafo Antônio Ribeiro.
Entendeu-se assim, que além de termos que conhecer o eu dessas criaturas, precisávamos compreender também o meio em que esses “eus” viviam. Espetáculo grandioso com 14 atores, 3 técnicos, mais a equipe de apoio, ficou impossível de se manter.


OITAVA FASE – 2004

O modernismo - Guimarães Rosa/Clarice Lispector

PRIMEIRAS ESTÓRIAS /SAGARANA

” Tinha de pensar, igualmente, na palavra “arte”, em tudo o que ela para mim representava, como corpo e como alma; como um daqueles variados caminhos que levam do temporal ao eterno, principalmente)”.
Carta de Guimarães Rosa a João Condé, revelando os segredos de SAGARANA

Cumprido o percurso de vasculhar o realismo, naturalismo e o romantismo e desmontado o caráter épico, faltava ainda um cheiro de simplicidade, de crueza e pé no chão.
Dentre os modernos, Guimarães Rosa talvez seja a melhor expressão da universalidade des-regionalizada. Ainda que limite o ambiente de suas narrações ou estórias ao mundo mineiro, traz consigo traços de uma sacralização da humildade e simplicidade na alma do homem. Utiliza-se não de uma apologia desmedida da miséria, mas antes de um elogio da cultura do capiau mineiro, apimentado com o alimento da panela do pobre.
Esse caráter transcendente e transformador da obra do Rosa, trouxe, portanto, à ira, o exorcismo verbal com o exercício da simplicidade sofisticada de Guimarães.
Simplicidade que, com Primeiras Estórias (em 2003), seria o mote principal para revisitar uma encenação mais enxuta, não perdendo a fidelidade ao texto escrito dos contos.
O grupo partiu em busca de uma nova cena, mais enxuta, limpa e clara.
E era um prazer ver o professor-ator Geraldo Chacon tirar de si a simplicidade que há muito havia perdido em detrimento do vasto conhecimento que possuía. Ou ainda a iluminação parca e amarelada, nas mãos do ator-iluminador Chico Sátiro, que perfazia uma fotografia da cor do sertão; a poeira, o rio, as estrelas e a parafernália de garrafas e sons que no ciclorama pintavam a paisagem do espetáculo; as invencionices de José Paulo, dirigindo com o coração e a alma; e o apoio perspicaz de um macaco-velho dos bastidores do ria, Paulinho Evangelista na produção; a metodologia e a construção apurada dos atores Antônio Ribeiro, Ailson Leite e Thiago Querido; e todas essas almas expostas, com um elenco o tempo todo presente e exposto, montando e desmontando personagens, sem cortinas.
Em 2004 veio SAGARANA, banhado pelas águas do misterioso Rio São Francisco.” de onde o oculto do mistério se escondeu.”
Mas era impossível pensar em montar os nove contos e, do gosto pessoal de Zé Paulo, vieram um coringa-narrador-quase-joão, costurando as novelas entre si, e uma seleção de quatro contos: CONVERSA DE BOIS, CORPO FECHADO, SARAPALHA e A HORA E VEZ DE AUGUSTO MATRAGA.

A metempsicose presente em CONVERSA DE BOIS ligou as quatro encenações, quase como uma incorporação na consumação do espetáculo, e só depois os objetos foram se juntando à sede dos atores e do diretor, para atuar com uma simplicidade que não desrespeitasse Guimarães.
Nesta OITAVA FASE veio naturalmente Clarice Lispector
A HORA DA ESTRELA - 2004

“Renda-se, como eu me rendi. Mergulhe no que você não conhece, como eu mergulhei.”

Clarice Lispector


Tratava-se de um espetáculo vivo de imagens, dividido quase cinematograficamente. A direção e o cenário ficaram a cargo do ator Antônio Ribeiro.
O processo de construção desse espetáculo foi bem peculiar. Todo o elenco ficou abalado e houve um momento em que José Paulo, na direção geral, teve que nos acordar. Afinal, todos os envolvidos estavam na mesma sintonia de sofrimento que o autor pseudônimo Rodrigo S.M.
Não se conseguia dissociar a expressão, da dor, dado o envolvimento do elenco todo.
Era preciso abrir as portas para que Macabéa ensinasse, definitivamente, que o silêncio de sua ingenuidade era o próprio silêncio existente dentro da gente, antes de qualquer conhecimento prévio.
Coisas de Clarice... coisas do Ria!


NONA FASE – 2004/5/6
A poesia...

FERNANDO PESSOA E
CARLOS DRUMMOND DE ANDRADE

“... o que nós vemos das cousas são as cousas.
Por que veríamos nós uma cousa se houvesse outra?”
Canto XXIV de O Guardador de Rebanhos – Alberto Caeiro
CAEIRO EM PESSOA
Fernando Pessoa

Imaginar-se fazendo Fernando Pessoa no palco, depois de uma Maria Bethânia, era no mínimo uma arrogante pretensão. Mas, pretensiosamente, Zé Paulo bebeu Alberto Caeiro, em 2004, com muitas noites mal dormidas, tentando achar o modo exato, cabível de desenhar um espetáculo que não tivesse a cara dos famosos saraus, nem o excesso de construções intelectualizadas sobre o heterônimo mais ilustre de Fernando Pessoa.
E, diga-se de passagem, esse espetáculo, depois de decidido o texto e a forma foi construído em uma semana. O tempo era escasso, mas a vontade era grande. Assim como n’o Alienista, Zé Paulo trouxe uma trilha feita ao vivo, pelo ator-músico Rodolfo Aielo.
Assim nascia o primeiro acústico do grupo: um banquinho, voz e violão, e cinco atores-personagens, convidando o público a recitar Caeiro. Todos em ação conjunta, muito verde e luzes difusas. Envolvendo o público que se entregava aos poemas, que aos poucos ia se deixando levar pela sonoridade heteronímica de Fernando-Pessoa-Caeiro.

ROSA DO POVO - 2006
Carlos Drummond de Andrade

“Entendo que poesia é negócio de grande responsabilidade, e não considero honesto rotular-se de poeta quem apenas verseje por-dor-de-cotovelo, falta de dinheiro ou momentânea tomada de contato com as forças líricas do mundo, sem se entregar aos trabalhos cotidianos e secretos da técnica, da leitura, da contemplação e mesmo da ação. Até poetas se armam, e um poeta desarmado é, mesmo, um ser à mercê de inspirações fáceis, dócil às modas e compromissos.”
Drummond


Mais noites foram necessários para que Zé Paulo descobrisse uma forma de apresentar e encenar A ROSA DO POVO (2006). A fórmula, por mais que se aproximasse do que foi feito em Caeiro em Pessoa, tinha uma outra voz.
Mesmo com a dificuldade inicial, nesse caso, havia uma dramaturgia natural nos escritos de Drummond. Bastava apenas que houvesse uma forma de costurar os poemas e a sequência. Deveria ser esclarecedor, para estimular a leitura, mas ao mesmo tempo tinha que ter uma dinâmica literalmente marcada pela construção.
Desta forma, Zé Paulo convidou Anna Colabuono para dirigir e descobrir o feeling
A arquitetura da construção, ficaram com o próprio Drummond com poemas e Jose Paulo com a costura dramática e Anna Colabuono afinou e deu o caminho a seguir. O lirismo de um eu abalado por uma realidade histórico-social, a dor da desordem moderna e a guerra, marcaram o tom dramatúrgico do espetáculo.
E finalmente uma rosa vermelha, tal qual o poema, surgiu, não no asfalto, mas no centro do palco, sobre a cabeça do anjo torto de Charles Chaplin. Neste salão, na rua Gravataí, 47, (...)” no centro do mundo oprimido, onde ao fim de todo o silêncio “(...) nós o (...)” recobramos, poder da voz humana inventando novos vocábulos, crispação do ser humano, árvores irritadas contra a fúria e a miséria dos ditadores” (...)


DECIMA FASE - 2006
Gil Vicente

O AUTO DA BARCA DO INFERNO

Talvez seja o espetáculo que menos dificuldade tenha trazido, já que não houve a necessidade de uma adaptação. O texto, tal como foi concebido por Gil Vicente, já é uma construção teatral. Trata-se de um auto escrito em 1517, para entreter a corte portuguesa.
O maior trabalho, dentro de toda a concepção foi a versão para um português mais atual, pensando exatamente na forma como o público o suportaria. Este, foi o único, porém, porque assim perdeu-se parte da rima dos redondilhos.
Zé Paulo trouxe para o palco todos os personagens criados por Gil Vicente, em busca das barcas que, adentrando o rio da morte, os levaria para o outro lado.
Mantendo a característica principal das encenações do grupo, que privilegiam o rompimento com a quarta parede, os personagens saem do meio do público, com quem se relacionam diretamente antes de enfrentar o julgamento feito pelo diabo vicentino medieval.
A diversão fica a cargo da expiação que faz o diabo, dos erros cometidos pelos mortos.
A imagem da alegoria, bem como o figurino forte e uma atuação sólida e bem humorada, vão dando as marcas da encenação, conforme a batuta do diabo.

DECIMA PRIMEIRA FASE – 2007
Eça de Queirós

A CIDADE E AS SERRAS
Mais um grande projeto, que virou desafio para Zé Paulo, novamente chamado de louco. Adaptar A Cidade e as Serras para o palco? Foi possível sim, e está aí para todo mundo ver.
Com os olhos primitivos veria através da vidraça uma mercearia, eu com meu telescópio posso ver além, no planeta marte, os mares, as neves, os canais, o recorte dos golfos, toda a geografia. Jacinto defende a ideia de que o homem e superiormente feliz quando é superiormente civilizado, e que o seu fim é as serras portuguesas, mas não livre da tecnologia.
Eça de Queirós faz as pazes com a sua Portugal.
Uma montagem da Cidade e as Serras com nove atores um cenário recheado de luzes e efeitos dão o tom de 1880 e nós leva a descobrir que as modernidades de hoje foram projetadas a muito tempo.


DECIMA SEGUNDA FASE – 2008 A 2010
Com 8 espetáculos no repertório foram 3 anos de muitas saídas, solicitações para fazer em escolas e outras cidades e Jose Paulo se reciclando.
Crises, vida difícil. Sucesso com AUTO DA BARCA e pouco tempo para criar. Ano sabático, pesquisas sem sucesso, incertezas. Foram três anos de cuidados com a saúde do nosso diretor. Mesmo assim nunca nos abandonou e nunca perdeu o controle.



DECIMA TERCEIRA FASE – 2011
Graciliano Ramos

VIDAS SECAS
Como trazer para o palco, sons onomatopeicos, corações feridos sem consciência? Como trasladar todo o sentimento e indignação de Graciliano?
A solução veio num despertar da madrugada, José Paulo de forma simples imaginou um cenário nas cores âmbar e vermelho e sombras projetadas de galhos representado a seca. Simples sim, mas contava com um elenco forte, onde um ator representaria Graciliano, quase trajado de um Antônio Conselheiro um narrador vendo o mudo através dos olhos da cachorra. A desumanização com o casal Fabiano e Vitória com seus filhos menor e o maior seres animalescos, personagens ensimesmados que viviam a ruminar o mundo expressando toda o sentimento que o autor conseguia captar através dos olhos humanizados de sua cachorra Baleia.
Cenas que traziam aos olhos do espectador lagrimas, traziam lembranças para outros e consciência ainda para ouros de como tratamos e somos tratados quando há diferenças sociais e culturas.
O público entendeu o que a arribação vinda de cima das aves era "natural" eles iam para o sul em busca de sonhos, o público entendeu a intertextualidade com as migrações.




DECIMA QUARTA FASE
2012 - RUIM E BOM
DO TEATRO LUCAS PARDO FILHO PARA O
MARIA DELLA COSTA

Numa parceria que durou 17 anos com a EE Caetano de Campos (de um espaço abandonado) havia vantagens para todos; O Grupo desenvolvia seus projetos, se preparava com aulas de voz corpo e ensaios, fazia apresentações e debates para escolas. O espaço era mantido para população, para a escola para os alunos pois fazia apresentações gratuitas a todos os alunos da escola, comunidade e para professores da rede pública e provada. E ainda fazia uma doação mensal para APM, O grupo RIA foi responsável pela reforma e manutenção do teatro e a escola Caetano de Campos tinha o teatro para eventos com luz e som. Mas...alguém achou que aquele espaço deveria ser usado de uma outra forma e o grupo RIA intimado a abandonar o teatro que hoje está abandonado e se deteriorando. Foi um momento de transição onde não se tinha mais chão, abateu todo o Grupo, não acreditávamos naquela injustiça. Nem mesmo um abaixo assinado com 9.000 assinaturas comoveu "burocratas" porque estava fora dos parâmetros da lei. Descobrimos que cultura e lei não combinavam.
Alugamos uma garagem para levar nossos cenários e figurinos e continuamos a luta.
MAS, HÁ MALES QUE VEM PARA O BEM,
Hoje o Grupo RIA apresenta seus espetáculos no Teatro Maria Della Costa.




DECIMA QUINTA FASE

Ano 2013
PASSADO O SUSTO - REESTRUTURAÇÃO

Um Grupo que já havia sobrevivido dezenove anos sem apoio cultural, não poderia cair. Não foi desta vez ainda.
A APETESP através de Paulo Mota administrador do Teatro Maria Della Costa, já conhecia o Grupo RIA. Mirabe que já havia trabalhado no Lucas Pardo como RIA agora era a técnica do Maria Della Costa, Dona Maria e seu Zé que trabalhavam lá já conheciam José Paulo que era socio da APETESP há muitos anos isso facilitou muito e assim fechamos uma parceira para usar o teatro de segunda a sexta, manhã tarde e noite e na baixa temporada fazer espetáculos nos finais de semana para professores e convidados além do público em geral. Foi uma parceira que deu muito certo pois a APETESP e o Teatro ganharam muito pois o teatro que estava em decadência ganhou novos ares e público.
Com custos mais elevados O diretor José Paulo, deu confiança ao elenco. Estávamos com seis espetáculos
Assumimos mais ainda o compromisso de fazer teatro, auxiliar na cultura, usar o teatro para cada vez mais aproximar os jovens da leitura.

DECIMA SEXTA FASE – 2013

De José de Alencar
TIL

Essa "saga" romântica não é diferente das contadas por autores de sucesso atual que a nossa juventude tanto idolatra como Harry Poter, Crepúsculo, Senhor dos Anéis entre outros, nós já tínhamos um autor com a sonho de criar o "Épico Nacional", portanto todo o respeito e admiração por nosso Jose de Alencar

Jose Paulo entrega a direção e pela primeira vez a adaptação de um espetáculo para José Alberto Martins, mas claro, não conseguiu ficar fora da supervisão e direção geral, pois o teatro respira o diretor, o diretor respira o teatro, se perguntarem a ele a resposta já sabemos ele gosta de fazer o que faz, não busca sucesso nem fama, busca fazer o que gosta só isso, descobrir talentos, dar oportunidades e ele sabe que teatro não se faz sozinho portanto frase constantemente repetida ele; - " acredita na rapaziada" Acredita numa formação desses jovens diferente do que lhes é oferecido pela grande mídia. TIL o super-herói brasileiro. O caráter sonhador idealizado no romantismo.


DECIMA SETIMA FASE
2015 DOM QUIXOTE
Querendo alcançar o público do ensino Fundamental Jose Paulo começou a fazer uma pesquisa, mas Jose Alberto Martins lhe apresentou um roteiro de Dom Quixote que ele já havia montado algum tempo atras, depois de uma lida e algumas opiniões foi dada a largada para a montagem do espetáculo, Jose Alberto não surpreendeu Jose Paulo pois sua capacidade de direção já estava comprovada no espetáculo anterior TIL.
DOM QUIXOTE ...Tanto aquelas leituras ocuparam seu tempo, passava noites em claro e dias escuros, pouco dormindo que acabou secando seu cérebro, perdendo o juízo; então encheu-se de fantasias e reuniu em sua mente imaginações de um cavaleiro andante.
Desafios batalhas, amores, tormentas e disparates impossíveis; assim começa nosso Dom Quixote de La Mancha.
Dom Quixote usa a fantasia de herói para buscar batalhas, enquanto Sancho Pança seu fiel escudeiro, que nada mais é do que um criador de porcos, tenta puxá-lo para a realidade. A história é muito legal e engraçada, com aventuras hilárias com supostas lições de moral. O protagonista do espetáculo é Dom Quixote, um velho fidalgo castelhano que perdeu a razão por muita leitura de romances de cavalaria e pretende imitar seus heróis preferidos. O espetáculo apresenta as suas aventuras em companhia de Sancho Pança, seu fiel amigo e companheiro, que tem uma visão mais realista. Dom Quixote se envolve em uma série de aventuras, mas suas fantasias são sempre desmedidas pela dura realidade. O efeito é altamente humorístico. O encanto da obra nasce do descompasso entre o idealismo do protagonista e a realidade na qual ele atua.
Quixote teria sido um herói a mais nas crônicas ou romances de cavalaria cem anos antes de sua existência. Sua loucura está fora de seu tempo. Isso permitiu o autor Miguel de Cervantes fazer uma sátira de sua época, usando a figura de um cavaleiro medieval em plena Idade Moderna para retratar uma Espanha que, após um século de glórias, começa a duvidar de si mesma.
O Grupo RIA sempre com a preocupação e a responsabilidade de fidelidade as obras vão para mais um grande desafio; agradar uma plateia ainda mais exigente - o ensino fundamental.
Assim nosso diretor geral: José Paulo Rosa, confiou a direção do espetáculo ao promissor diretor José Alberto Martins que com maestria e juventude deu um tom romântico e com dois músicos ao vivo dá um toque especial como uma brincadeira de desenho animado. A cenografia, figurino e adereços foi confiado ao competentíssimo Ronney Thiago e sua equipe. Além da qualidade de intérpretes que é uma marca registrada do Grupo RIA.






DECIMA oitava FASE
- 2016 –
A volta do espetáculo Sagara na e
Iracema - a volta dos índios

Estreia em 2016 o espetáculo Iracema, sua montagem demorou, encontrar o elenco pois, Jose Paulo queria char atores com etinia indígena, pois esta sempre foi uma proposta do Grupo RIA aproximar o melhor possível o tipo fisco dos atores com as personagens das obras adaptadas. Mesmo assim ficou 2016 e 2017 em cartaz, mas o diretor não gostou do resultado e entregou a direção a Jose Alberto

Publicado em 1865, Iracema, obra de José de Alencar, faz parte da tríade dos romances indianistas (juntamente com O Guarani e Ubirajara). É considerado um poema em forma de prosa, com características épicas, em que tanto Martim como Iracema são heróis. Iracema, na obra, representa a cultura indígena, e possui uma postura submissa a Martim, representando assim o ideal de submissão que o índio teria ao branco. Martim traz a figura do branco colonizador, que é também guerreiro, assim como o índio.
O primeiro encontro dos dois se dá quando Iracema está repousando e assustada por Martim lança uma flecha que atinge o guerreiro. Ele não tem nenhuma reação e acabam indo juntos até a tribo de Iracema, chamada de tabajara. Martim é recebido pelo Pajé que o convida a ficar na tribo, ele recusa e decide ir embora. Iracema vai atrás dele, pedindo para ele voltar. Martim aceita. Começa nesse momento uma troca de amor mútuo. Acabam gerando um filho.
O romance de Martim e Iracema tem como metáfora a criação do Ceará. Através da história, o autor cria uma lenda de como o estado teria sido criado. Pois quando Iracema morre, ela é enterrada por Martim e seu amigo Poti à beira de um coqueiro de que ela gostava muito. Diante desse coqueiro, sempre se ouvia um lamento; era o lamento de sua ave de estimação, que sentia sua falta. Assim, o canto da jandaia se chamava de Ceará, onde ali foi fundada.
Martim: representa a cultura colonizadora. Herói, participa de várias lutas em defesa do seu povo. Fica dividido entre a sua cultura e a de Iracema.

Personagens
Iracema: caracterizada no livro com a famosa frase “índia dos lábios de mel”, é admirada pela sua beleza. Carrega consigo a castidade, já que é sua obrigação da cultura diante dos deuses. Heroína rápida, como uma flecha.
Martim Soares Moreno – guerreiro branco, amigo dos pitiguaras, habitantes do litoral, adversários dos tabajaras; os pitiguaras lhe deram o nome de Coatiabo.
Araquém: pai de Iracema. Pajé, recebe Martim em sua cabana e o protege.
Poti: amigo fiel de Martim, está sempre com ele nas lutas.
Caubi: irmão de Iracema.
IRAPUÃ: chefe dos tabajaras; apaixonado por Iracema.

DECIMA NONA FASE
- 2017 –
Machado de Assis para o ensino Fundamental
O ALIENISTA

Com o sucesso alcançado com Dom Quixote as escolas pediam mais espetáculos para essa faixa etária. Jose Paulo então resolveu readaptar O ALIENISTA de uma forma que alcançasse o público infanto juvenil com bonecos, prisão de loucos, de supostos loucos da tirania, da luta campal um espetáculo divertido dinâmico e profundo ao mesmo tempo pois toca no assunto da loucura, da política e da razão de uma forma lúdica.

“Existem na história da literatura algumas obras que ganham personalidade própria; quase independem de seus autores. São obras inquestionáveis que atingem quase todos os leitores com a mesma intensidade. Esse é o caso de “O ALIENISTA”, de Machado de Assis. Incluído em Papéis Avulsos, livro de contos publicados em 1882, essa narrativa é uma das mais lidas e uma das que mais tem aguçado o interesse do público das mais variadas idades. De princípio podemos dizer que “O Alienista” consiste num “texto estranho”, inverossímil, isto é, não condiz com a verdade da vida, não é possível de acontecer. Como seria possível, numa cidade como Itaguaí, quase a totalidade de sua população ser louca? Ou ainda: como pode uma única pessoa, Dr. Bacamarte, adquirir tanto poder a ponto de conseguir prender quatro quintos da população num asilo de loucos? Machado de Assis o “inventor” dessa intrigante narrativa traz o tema “loucura” focalizada de uma maneira que acaba por deslocar todas as consciências consideradas normais e por questionar a própria condição humana.”
Machado de Assis, com sua sátira impiedosa da crença generalizada que havia na época no poder da ciência, que tudo explicaria, até os caminhos mais sinuosos da mente humana. Machado de Assis com seu Dr. Simão Bacamarte, enxergava mais longe que seus contemporâneos, mostrando que a vida não é tão simples como às vezes parece. A montagem Fiel e divertida.

VIGÉSSIMA FASE
2018 – Mayombe
Estava na hora da literatura africana, Mayombe, outro desafio; atores negros... testes, Indicações, disponibilidade. Foi difícil, mas para o Grupo RIA difícil sim, impossível, não. Estreamos com sucesso absoluto. Mayombe 9 atores e um técnico negro. Mostramos porque viemos. Como em todo espetáculo há uma palestra e um debate esse espetáculo podemos apontar proposta para se rever o perigo da verdade única.
Publicado originalmente em 1980, Mayombe foi escrito durante a participação do escritor angolano Artur Carlos Maurício Pestana dos Santos (Pepetela) na guerra de libertação de Angola na década de 70. Recompõe o cotidiano dos guerrilheiros do Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA) em luta contra as tropas portuguesas. O romance, inovador, aborda as ações, os sentimentos e as reflexões do grupo, e as contradições e os conflitos que permeavam as relações daqueles que buscavam construir uma nova Angola, livre da colonização. A estrutura narrativa polifônica (várias vozes), indicou o caminha que Jose Paulo Rosa deveria tomar. Um narrador e seus “eus” gritando por liberdade. Mayombe, é o nome de uma região da África, e autor narra em tempo cronológico e analisa profundamente a organização dos combatentes do MPLA, lançando luz às dúvidas, que também eram as do autor, sobre as contradições, medos e convicções que impulsionavam os guerrilheiros em busca de liberdade no interior da densa floresta tropical. Eles confrontam-se não só com as tropas colonizadoras portuguesas, mas também com as diferenças culturais e sociais que procuram superar em direção a uma Angola unificada e livre. Ondina, a personagem feminina, é a mulher que instaura as transformações em alguns guerrilheiros do Mayombe. A obra é uma reflexão pelos ideais socialistas, sobre a dura realidade da sociedade angolana. Durante toda a narrativa, ocorre um mesmo registro linguístico, a despeito do abismo existente entre as classes sociais das personagens e as suas origens culturais, o que reforça a ideia de propor a igualdade entre as pessoas. Além disso, há a tentativa de criar um ideal nacionalista que une os povos distintos e a MPLA em oposição ao colonialismo.
VIGÉSSIMA PRIMEIRA FASE
2019 – Angústia de Graciliano Ramos e reestreia de Quincas Borba

Graciliano me encantou com seu “Vidas Secas”, mas jamais imaginaria um “Silva” representar as angústias de um brasileiro, lutador, sonhador, criador e angustiado. Angústia de Graciliano representa o que um escritor é capaz de entrar no âmago de uma personagem e extrair a essência da crueldade de viver em culpa.
Para fazer a adaptação foi angustiante, foram 8 meses de leitura, pesquisa e sofrimento, mas eu sabia que se escolhesse um elenco sem medo, o espetáculo ficaria perfeito.
Busquei fora do Grupo o “gordo escroto” Julião Tavares, Gilmar Guido aceitou o convite de participar, precisava também da dona Vitória, senhora capaz de falar com o papagaio, minha amiga Liza Vieira topou o desafio. A “loura atraente” para fazer Marina, a mãe submissa e o pai submisso já faziam parte do núcleo do RIA; Loren Louro, Andreza Rebuti e Wagner Nunes. O grande desafio foi a quem oferecer o senhor Luis Silva. Consultei José Alberto Martins, ele aceitou porque sabia que o Luis ia mexer muito com o emocional de qualquer ator. Mas consultei, ele aceitou; portanto então sofreu a dor e o prazer de interpretar uma personagem por inteiro muito forte e verdadeiro.
(José Paulo Rosa)


Quincas Borba a remontagem.
Vinte dois anos se passaram da primeira montagem, Rubião estava ali, à espera de um ator; e a quem consultei? Rafael Burgath, ele que na primeira montagem em 1997, para encontrar a loucura, buscou nos homens da rua uma boa conversa, seu laboratório se deu com os homens soltos na região da Praça Roosevelt, quando chegou para os primeiros ensaios sabia exatamente a essência de seu personagem. Isso acabou inspirando o elenco a fazer acontecer um grande espetáculo. Quincas Borba (o Homem) já estava pronto e perfeitamente interpretado por Marcelo Masso, pois estávamos com o espetáculo Memórias Póstumas de Brás Cubas em cartaz. O cachorro foi um alivio quando num ensaio José Alberto Martins brincou de cachorro e ganhou o papel.









VIGÉSSIMA SEGUNDA FASE
2020 – Campo Geral – A sensível história de Miguilim


João Guimarães Rosa já não é novidade, pois já havia adaptado Sagarana e Primeiras Estórias. Li e reli seus contos e suas histórias, mas Miguilim, oh Miguilim, precisa ter olhos para enxergar, precisa ter alma para sentir e os temas expostos por Guimarães Rosa nessa obra são a infância, o amor e a amizade, a violência e a fé.
Os irmãos Miguilim e Dito podem ser vistos como opostos e complementares, Miguilim é o que precisa aprender para saber, dito sabe de modo imediato sem saber como. Dito é o sábio e Miguilim é o aprendiz. Só que, dito morre e a necessidade existencial leva Miguilim a crescer, a tornar-se maduro, independente. Esse amadurecimento se completa com a aparição de um médico que descobre que Miguilim tem problemas de miopia e com o uso dos óculos começa a enxergar o mundo de uma outra forma.
As outras crianças complementam a inocência que Guimarães expressa naquele lugar ermo, longe de tudo, já os adultos demonstram as maldades e a luta pela necessidade da sobrevivência.

O grande desafio da montagem foi trazer crianças para o palco. Assistindo um espetáculo de teatro vi em três atrizes, a possibilidade de interpretarem crianças e as convidei, Litta Mogoff acabou interpretando Miguilim, Giovanna Colacicco, Maria Andrelina e Renata Bitencourt fez mãe, Dito a outra criança foi dado a oportunidade ao primeiro trabalho profissional a Rodrigo Nunes. Então novamente como mais um desafio de fidelidade a obra, me arrisquei com atores adultos a busca da inocência e a fragilidade das crianças.




VIGÉSSIMA TERCEIRA FASE
A pandemia iniciou em 13 de março de 2020 e se estendeu até setembro de 2021 onde aos poucos muito pouco foi se recuperando
Auto da Barca / Angustia / Brás Cubas / Dom Quixote /
Campo Geral / Mayombe / Quincas Borba /O Cortiço

2020 foram 13 espetáculos, contando com a mostra feita no início do ano para professores. até a data fatídica, a princípio pensamos ser um curto período. Ledo engano, aí começou nosso desespero e o pior período para as artes.

2021 no mês de setembro e outubro foram 16 espetáculos três Quincas Borba, um Auto da Barca e 12 espetáculos de Angustia nos Céus de São Paulo Graças a um projeto feito em 2019 para a prefeitura, pago o elenco, o dinheiro da produção foi para adiantamento de aluguel a APETESP período 2023, pois esta estava muito mal com salários atrasados dos funcionários.
Os profissionais garantem ter sido o pior período de suas vidas. O diretor fez algumas palestras online para algumas escolas para sobreviver. Dividas se acumularam na sede do RIA. O que nos ajudou arrecadar R$ 5.320,00 foi uma vaquinha virtual elaborada por um pai de aluna da ETEC.

2022 com alguma esperança foram 8 espetáculos, longe de nossa média anual, mas o teatro voltou! Já preparando novos espetáculos para 2023 - Auto da Barca / Angustia / Brás Cubas / Dom Quixote / Campo Geral / Mayombe / Quincas Borba / O Alienista / O Cortiço - Mais desafios o diretor José Paulo Rosa começa as adaptações em agosto e em novembro já estávamos fazendo leituras de dois novos espetáculos: Nós Matamos o Cão-Tinhoso e Dois Irmãos

VIGÉSSIMA QUARTA FASE
(começa em fins de 2022)
A ESPERANÇA DE UMA RETOMADA

2023 - Temos esse ano no repertório sete espetáculos: Auto da Barca / Dois Irmãos / Dom Quixote / Campo Geral / Quincas Borba / Nós Matamos o Cão-Tinhoso